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VÍDEO: como funciona a sanitização de prevenção ao coronavírus

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Uma cena que parece ter saído de um filme se tornou comum durante a pandemia de coronavírus. Pessoas com trajes que cobrem o corpo da cabeça aos pés, botas, luvas, máscaras e óculos. Com eles, um jato para limpar pontos de maior circulação de pessoas. O primeiro serviço se sanitização, em Santa Maria, aconteceu ainda no mês de março e chocou quem passava pelas ruas do Centro ou viu fotos e vídeos nas redes sociais.


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Como o produto usado de fato age contra o vírus pode ser uma pergunta ainda não resolvida para os santa-marienses que se depararam com a cena. Por isso, conversamos com o professor Rodrigo Cordeiro Bolzan, do Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o secretário municipal adjunto de Meio Ambiente Guilherme Lul da Rocha. Eles explicaram a atuação do quaternário de amônio, utilizado na sanitização e comum em limpezas hospitalares.

Conforme o professor, os quaternários de amônio atuam na camada externa dos vírus. Os compostos, no entanto, não podem ser manuseados sem cuidados, como as roupas especiais de quem aplica a sanitização pela cidade.

- Estes produtos interagem com a parte externa do coronavírus, desestabilizando essa capa protetora e fazendo com que o conteúdo interno do vírus passe para o exterior, destruindo o vírus. É interessante lembrar que são substâncias tóxicas e devem ser utilizadas apenas para os fins que são propostos  - explica o professor.

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A sanitização reduz a quantidade de seres, como os vírus neste caso, para níveis aceitáveis para o ser humano. É diferente da desinfecção, em que são eliminados 99,9% dos germes. O uso do quaternário de amônio, conforme o secretário Guilherme da Rocha, segue uma nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O produto é diluído antes da aplicação e, desta forma, não prejudica os seres humanos. O composto não é corrosivo, mas não é recomendada a aplicação por conta própria.

- O quaternário vem concentrado, e é feita a diluição em um tanque. Todos os profissionais utilizam equipamentos de proteção individual. E do tanque, são abastecidos os jatos e os carros - explica o secretário.

A Anvisa também orienta quais locais devem ser limpos. A prioridade é onde há maior circulação de pessoas. Vias públicas são sanitizadas, mas com foco em corrimãos e maçanetas, já que o vírus não vive tanto tempo exposto ao calor.

- Os principais alvos são onde há maior circulação. Muita gente pergunta se não vamos para outros locais. Se tivéssemos o produto para fazer uma limpeza geral, faríamos, mas temos que seguir a prioridade - justifica Rocha.

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PROTEÇÃO INDIVIDUAL
O cuidado com a limpeza das mãos, tão mencionado como prevenção, funciona de modo semelhante. Entretanto, os produtos utilizados não são tóxicos. No caso da água e sabão, a limpeza é "mecânica".

- Água e sabão remove a camada mais superficial e oleosa da pele, onde os vírus poderiam aderir. Vale lembrar que é necessário limpar entre os dedos e embaixo das unhas - fala Bolzan.

A atuação do álcool em gel 70% é parecida com a dos produtos da sanitização. Ele faz com que as proteínas que compõem o vírus percam suas estruturas. O nome desse processo é desnaturação. A concentração do álcool é crucial para que a proteção seja eficaz.

- A concentração certa é 70%. Concentrações menores não são suficientes, já concentrações maiores evaporam mais rápido. Com menos tempo no local a ser limpo, é ineficiente - justifica Bolzan.

ONDE JÁ ACONTECEU A SANITIZAÇÃO
As limpezas se tornaram mais usuais e passaram por avenidashospitais, Estação Rodoviária, Aeroporto Municipal, casas de repouso e paradas de ônibus. De Santa Maria, a empresa responsável pelo serviço também fez sanitizações em cidades da região como São Sepé, Tupanciretã, Restinga Sêca, Caçapava do Sul e Santiago.

Um estudo divulgado pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) - Campus São Borja relacionou a importância das medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus com o número de vítimas fatais pela doença. Conforme o trabalho, desenvolvido pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Thiago Sampaio, o número de mortes causadas pela Covid-19 em um cenário sem intervenções das prefeituras ou dos governos estadual e federal, poderia chegar a 375. 80% das vítimas seriam pessoas acima de 60 anos.

O serviço de limpeza em Santa Maria é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente, junto das empresas Sulclean, por meio da Secretaria e Infraestrutura e Serviços Públicos, e Conesul. A Desinservice, de forma voluntária, auxilia a ação.

*Colaborou Leonardo Catto

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